terça-feira, 26 de maio de 2009

COLUNA DIVERSUS - Gilberto Gil no Seminário de Identidade e Diversidade Cultural

Ex- ministro defende a cultura digital como aliada da identidade e diversidade cultural

O evento promovido pelo SESC Pinheiros em São Paulo, de 19 a 21 de maio, teve entre suas atrações o ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil. O Seminário reuniu intelectuais, especialistas, estudanTes e público em geral, para discutir e refletir sobre a diversidade e a construção das identidades sociais, levantando questões de reconhecimento e respeito das diferenças culturais, de gênero e étnicas na promoção de políticas para uma cultura de paz. Participaram nas mesas de debate representantes de organizações LGBT, Indígenas, Ciganos, Quilombolas e Refugiados.
Gilberto Gil foi convidado para a conferência inaugural. Ele chamou a atenção para a importância de se incluir na discussão sobre a superação das desigualdades uma nova aliada, a cultura digital. Gil também defendeu o sistema de cotas como sendo “um mecanismo que dispomos hoje para não aderir ao modelo excludente”.
O ex-ministro falou sobre a Convenção da Diversidade (UNESCO), aprovada em 2005, reforçando que ela traz um importante momento de reflexão e um desafio para se tratar a identidade cultural.
Durante sua fala, Gilberto Gil defendeu fortemente a cultura digital como forma de potencializar a produção cultural através de novas formas de arte. “Ela representa a confirmação de mudança de era. É um conceito novo, uma revolução das tecnologias digitais, mudando as culturas”, ressaltou.
Para ele, nunca foi tão possível compartilhar conhecimento do que na era digital. “ A diversidade se configura como um dos significados essenciais da cibercultura. O conhecimento cresce quando ele é compartilhado. Basta do controle da produção criativa, não se pode controlar a cultura”, concluiu.

sábado, 16 de maio de 2009

Coluna DIVERSUS - Afro-X lança livro sobre sua trajetória

Ed. 03/2009.

Conheci pessoalmente o Afro-X em 2006, exatamente, quatro anos depois dele ter cumprido pena no extinto Carandiru. A entrevista aconteceu no estúdio do rapper e a matéria seria seria exibida no “Especial Notícias” da TV da Gente. O rapper, que estava lançando o álbum “O Regenerado”, durante duas horas falou abertamente sobre os dias difíceis de encarceramento, sobre seu companheiro Dexter com quem formou o Grupo de Rap “509-E”, que na verdade era o número da cela que dividia com o amigo de infância. Isso mesmo, “milagrosamente” eles se reencontraram dentro da prisão para surpresa dos dois, no mesmo “aposento”. Em 1994, aos 21 anos, Cristian de Souza Augusto (seu nome) tinha sido condenado por assalto à mão armada.

Ele respondeu todas as minhas perguntas, fez críticas revelações e falou de seus projetos. Ainda em liberdade condicional contou que já estava forçando a porta de reinserção na sociedade. Naquela época ele já havia criado o seu próprio selo fonográfico, um estúdio, uma empresa de prestação de serviços e se tornado um líder social e comunitário através da música.
Por sinal, foi a música sua forte aliada para a tal regeneração. Eu não tive dúvidas, estava defronte a um ser humano regenerado, com uma história de vida que refletia a de tantos jovens das periferias de São Paulo, maioria negra e pobre. Ele disse: “As referências que tinha na rua eram do pessoal que praticava negócios ilícitos, que eram respeitados porque demonstravam poder com a grana que tinham", afirmou Afro-X. Tudo fruto do crime.
Editei a matéria e coloquei no ar um dos melhores trabalhos que já fiz como jornalista e repórter, e que agregou mais valor sobre uma cidadã que, infelizmente, reconhece como “falido” o sistema carcerário, as leis penais, a segurança pública e os direitos humanos no Brasil. Um quadro que com certeza só se reverterá com maior investimento em políticas públicas reparatórias e ações afirmativas (saúde, educação, cultura, emprego e igualdade de oportunidade).
De lá para cá, tenho acompanhado a carreira do Afro-X e acreditado que só muita determinação, atitude e fé regenera uma pessoa que consegue escapar da apropriação do crime.
Temos então um Afro-X anunciando sua nova obra, mais um capítulo de sua vida, o livro “Ex-157 - A História que a Mídia Desconhece” (192 págs., R$ 24). Patrocinada pela Petrobras e com prefácios assinados pelos jornalistas Caco Barcellos e Gilberto Dimenstein.
Desta vez, 157 é referência ao artigo do Código Penal que aborda o delito de assalto a mão armada, que o levou à prisão. O contexto convida o leitor a conhecer um novo universo, a história que a mídia desconhece da vida real de drama, suor, sangue, lágrimas, tragégia, descaso, omissão, luta, persistência, até a glória. Analisem, julguem mas partindo-se do princípio que ninguém nasce com uma arma na mão, todo mundo merece uma oportunidade. Mas muitas vezes o ser humano para encobrir suas imperfeições cobra a perfeição de seu próximo.
Felizmente essa experiência no crime teve um final feliz, ao contrário da estatística alarmante do 4C: Crime, cadeia, cadeira de rodas ou cemitério. Hoje, convertido à religião evangélica, dedica-se a divulgar suas músicas e conscientizar os jovens, principalmente os mais carentes, sobre a criminalidade.
Amantes do hip hop aguardem! Em junho, Afro-X pretende lançar o CD de inéditas “Das Ruas para o Mundo” e, em julho, o álbum gospel “Soul Livre”.

EU RECOMENDO !

Livro: Ex-157 - A História que a Mídia Desconhece (192 págs., R$ 24). Autobriografia do rapper brasileiro Afro-X.


sexta-feira, 15 de maio de 2009

COLUNA DIVERSUS - Unomarketing: feira discute em SP marketing sustentável

ed 02/2009.
por Claudia Alexandre


EU RECOMENDO!
Unomarketing
Quando: 02, 03 e 04 de junho de 2009
Onde: Fecomercio – Rua Dr. Plinio Barreto, 285 - Bela Vista - São Paulo / SP Público: Profissionais de marketing, publicidade, mídia, marketing promocional, comunicação, promoção de eventos, estudantes, profissionais de responsabilidade social e ambiental.

Definir linhas de atuação de trabalho, norteadas por sólidos princípios éticos e morais e com preocupação constante com a solução dos grandes problemas da nossa sociedade é atualmente o grande desafio para a cadeia dos prestadores de serviços na comunicação. É também o tema central do inédito Unomarketing - Comunicação Consciente: Feira e Seminário Internacional de Marketing Sustentável, evento organizado pela Sator Eventos, a ser realizado dias 02, 03 e 04 de junho, na Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
Na visão da diretora da Sator Eventos, Paula Faria, “o desafio atual da Comunicação e do Marketing é conduzir ações de forma sustentável, despertando a consciência sócio-ambiental entre fornecedores, clientes e público consumidor”.
Daí a relevância de um evento dirigido a profissionais de marketing, publicidade, mídia, marketing promocional, comunicação, promoção de eventos, estudantes, profissionais de responsabilidade social e ambiental. O Unomarketing propõe a imersão nas questões relacionadas ao papel e ao lugar de cada uma das partes integrantes da cadeia que compõe o mercado de Comunicação e Marketing.
“Em tempos de excessiva velocidade, a comunicação assume função remodelada no processo de encadeamento de significados. As corporações foram forçadas a adotar representações cada vez mais complexas, que extrapolaram há muito o produto ou o serviço. Com atuações cada vez mais multifacetadas, as empresas são hoje vistas e, principalmente lembradas, pelo seu comprometimento com as suas ações, pela qualidade da sua interferência no meio de atuação e pela sua capacidade de responder a demandas diversificadas. Nesse cenário, a comunicação e o marketing ganham espaço, como ferramentas de intermediação entre consumidores, mercado e empresas. Discursos inteligíveis e claramente alinhados com as premissas da empresa frente a sua comunidade interna e à sociedade traduzem conceitos com retidão, coesão e solidez” diz Paula Faria.


Seminário - O Seminário Internacional Unomarketing é idealizado por um comitê gestor com profissionais de destaque, como os publicitários Percival Caropreso e Valdir Cimino, Regina Augusto (Meio & Mensagem) e Ismael Rocha (ESPM). O evento traz - de forma única e inovadora - cases e propostas por intermédio de uma programação consistente e desafiadora (acesse: www.unomarketing.com.br)

O seminário será pautado pela discussão em torno de questões como o desenvolvimento pessoal, o avanço tecnológico nos mais diversos campos de atuação, os valores culturais e organizacionais e a responsabilidade social e ambiental.
A feira, que acontece simultaneamente ao seminário, apresentará empresas que fazem parte da cadeia produtiva de comunicação e marketing e já atuam de forma consciente e sustentável por intermédio de seus produtos, serviços ou projetos inovadores.


É preciso instituir cursos para apresentadores de eventos


Por: Claudia Alexandre

Como já sabemos, o Apresentador de Eventos pode atuar em atividades recreativas, esportivas e culturais, em eventos e festas públicas e privadas em geral, programas de rádio e TV, circos e espetáculos. Eles figuram como animadores, apresentadores, moderadores, mediadores ou mestres de cerimônias.
A formação deste profissional se dá na prática, no exercício da função e, em grande medida, a partir da observação dos vários estilos de apresentação existentes nos meios de comunicação, em eventos de grande porte, e de sua adaptação às características pessoais e àquelas do público-alvo.
A maioria desses profissionais é autônoma ou exerce alguma outra ocupação principal, devendo ser capaz de lidar com a pouca previsibilidade no que tange à oferta, locais carga horária e à temática tratada. Aos profissionais importa principalmente a capacidade de adaptação em situações diversas e de, principalmente, estabelecer empatia com o público. Deste, em última análise, depende seu sucesso no desempenho da atividade.
Em algumas situações, os profissionais podem trabalhar em posições desconfortáveis por períodos prolongados, em grandes alturas, sob ruído intenso, sem contar, o estresse constante. A exceção são os que trabalham em Rádio, TV e em Circos (grande porte) , pois são empregados registrados e podem contar com certa regularidade no que se refere ao conteúdo do trabalho e aos locais e horários em que é desempenhado. Além disso, para exercer a função de Apresentador de Rádio e TV, o interessado deve ingressar em curso reconhecido pelo MEC, para obter o registro profissional obrigatório, o DRT.
A maior oferta de vagas no mercado de trabalha para que exerce a função de Apresentador de Eventos será maior, na medida que houver a institucionalização de cursos regulares voltados para o público-interessado.
No Brasil não existem nenhuma instituição que ofereça regularmente capacitação e aperfeiçoamento. As contratações geralmente, feitas por agências e promotoras, ainda seguem critérios um tanto superficiais na seleção do profissional. Em alguns casos a função do apresentador, moderador, mediador ou mestre de cerimônia acaba sendo exercida pelo "mais desinibido do grupo", pelo cerimonialista ou pelo anfitrião, o que é um erro imperdoável!
Sendo assim, quem acaba ganhando o lugar são artistas, personalidades e celebridades emergentes, que garantem bons cachês e espaço na mídia.
Mas, apesar de disputado, este é um mercado consideravelmente promissor, para quem tiver dedicação, aptidão e possuir algumas competências pessoais, que vão desde dominar a língua portuguesa à investir na imagem pessoal. Mas lembre, que preparo é fundamental.

Fonte: Classificação Brasileira das Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego. www.mte.gov.br


COLUNA DIVERSUS - SESC Pinheiros promove Seminário Identidade e Diversidade Cultural

Ed. 01/2009.

Por: Claudia Alexandre


Eu Recomendo!

De 19 a 21 de maio, acontece no SESC - Pinheiros, em São Paulo o Seminário "Identidade e Diversidade Cultural, para uma cultura da convivência do diverso", a conferência de abertura será do ex-ministro da cultura Gilberto Gil.
Entre os palestrantes estarão José Márcio Pinto de Moura Barros, Eduardo Viveiros de Castro, Hamilton Faria, Jurema Machado, Américo Córdula e representantes de grupos LGBT, indígenas, ciganos, quilombolas e refugiados.
Mais informações pelo site:
www.sescsp.org.br ou pelo telefone: 0800-118220

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Jornalista lança livro sobre candomblé na Baixada Santista na tradicional Procissão de Iemanjá

No próximo domingo (dia 5 de fevereiro), o público poderá apreciar, pelo quinto ano consecutivo, a bela procissão marítima em homenagem a Iemanjá. A festa, preparada este ano pela casa de candomblé Ilé Ofá Omim Ojó, coordenada pelo yalorixá Toloque, tem apoio da Prefeitura de Santos, por meio das Secretarias de Cultura (Secult) e Turismo (Setur).
O evento, que tem o intuito de preservar uma das maiores tradições da cultura afro-brasileira, será realizado a partir das 14 horas. A concentração será na Rua Ministro Daniel de Carvalho, esquina com a Avenida Almirante Saldanha da Gama, na Ponta da Praia.
No local, as pessoas poderão depositar oferendas e pedidos para serem colocados nas embarcações. A saída para o cortejo marítimo será da Ponte Edgar Perdigão (em frente ao Clube de Regatas Saldanha da Gama), local de onde partirão os barcos.
As embarcações que quiserem acompanhar a procissão poderão se inscrever no Departamento de Eventos e Produção Cultural (Avenida Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias). Informações pelo telefone 3226-8000.
Na ocasião a escritora Cláudia Alexandre lançará e autografará seu livro Na Fé de Vivaldo de Logunedé.

História
Foram os escravos africanos que trouxeram para o Brasil, no século 16, a adoração por Iemanjá, a rainha do mar. A festa teve início aqui por volta de 1920, em Salvador, realizada pela colônia de pescadores Z-1, que, por motivo de um ano de fraca pescaria, apelou à Iemenjá para pedir fartura de peixes.
Na Bahia a celebração ocorre no largo de Santana, no bairro do Rio Vermelho, sempre no dia 2 de fevereiro. A festa chega a integrar mais de 300 barcos, reunindo aproximadamente 200 mil pessoas de todas as classes sociais e de variados credos e raças. É uma das manifestações culturais mais importantes da Bahia.


SECRETARIA DE CULTURA DE SANTOS (SECULT)
ASSESSORIA DE IMPRENSA
30/01/06

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Apresentador de Eventos na Corte do Rei

Por Claudia Alexandre

A atuação do apresentador de eventos já era importante na Idade Medieval. Nos castelos, reis e rainhas em seus pomposos e detalhados cerimoniais se valiam de pessoas destacadas para ajudá-los a anunciar e receber convidados nas suas aclamações, conquistas de guerra, boa colheita, casamentos e nascimentos de herdeiros, entre outras comemorações.
A figura de alguns integrantes da corte nas cerimônias era indispensável, principalmente porque deles dependia o bom andamento do Plano de Ordem (Protocolo) do evento. Na maioria das vezes, eles eram escolhidos entre os homens da Guarda Real para exercer a função de Oficial de Armas ou Rei de Armas, Passavantes ou Arautos. A eles cabia a tarefa de fazer anúncios, proclamações solenes, em alto e bom tom, conduzir as formalidades e fazer com que os desejos reais fossem suntuosamente absorvidos não só pelos convidados da nobreza, como também, pelos simples mortais.
A função mais famosa e antiga, que se pode associar a de um Apresentador de Eventos ou Mestre de Cerimônia, é sem dúvida o do “Arauto”. Eram os oficiais encarregados de proclamações, com a responsabilidade de anunciar a guerra ou a paz, informando a todos os súditos do rei os principais sucessos nas batalhas. Eles, como homens de confiança, também tinham a função especial de representar o rei, que lhes confiavam a tarefa de expor, proclamar as suas sentenças e seus pronunciamentos solenes. Os Arautos tinham as credenciais para falar em nome do próprio rei.
No organograma da Casa Real, o departamento de cerimonial tinha a seguinte composição:
Porteiro-mor - responsável por abrir a porta da sala onde se encontrava o Rei. Estavam-lhe subordinados os: Porteiros da maça - precediam os cortejos a pé; e Porteiros da cana - precediam o cortejo real, a cavalo;
Rei de Armas Portugal - principal oficial de heráldica.
Estavam-lhe subordinados os: Rei de armas Algarve - oficial heráldico de 1º nível; Rei de armas Índia - oficial heráldico de 1º nível; Arauto Lisboa - oficial heráldico de 2º nível; Arauto Silves - oficial heráldico de 2º nível ; Arauto Goa - oficial heráldico de 2º nível; Passavante Santarém - oficial heráldico de 3º nível; Passavante Tavira - oficial heráldico de 3º nível ; Passavante Coxim - oficial heráldico de 3º nível; Escrivão da Nobreza - subscrevia as cartas de armas; Armeiro-mor - encarregado dos livros de registro das armas.
E, é claro, não se deve esquecer também do lendário “Bobo da Corte”, o polêmico, mas fiel e talentoso animador e cerimonialista das cortes e palácios.
Em 1818, quando no Brasil a Família Real Portuguesa realizou a cerimônia de Aclamação de D. João VI, com rigoroso protocolo, para centenas de convidados e espectadores, um grupo de cerimonialista estava lá para garantir o sucesso do evento. Veja só nos trechos a atuação do chamado Rei de Armas abaixo:

...” Depois de ter o mesmo senhor infante ocupado o seu lugar, desenrolará o alferes mor a bandeira real e depois disto o rei d'armas dirá em voz alta o seguinte: Manda El rei nosso senhor que neste ato venham beijar-lhe a mão os grandes títulos seculares e eclesiásticos, e mais pessoas da nobreza assim como se acharem sem precedências, sem prejuízo de direito algum... Logo que o dito desembargador receber este recado, subirá ao estrado grande da parte esquerda: e o mesmo rei d'armas dirá por três vezes = Ouvide = ouvide = ouvide = estai atentos!..
...Feito o primeiro ato de aclamação, fará o alferes-mor reverência a sua majestade, e descendo do lugar em que estiver com a bandeira real acompanhando-o os porteiros da cana, e maça, reis d'armas, arautos, passavantes irão até ao meio da varanda ao lugar aonde estiver um estrado pequeno de três degraus, ao qual subirá com a bandeira na mão para dele aclamar a sua majestade. E subindo com também com ele o rei de armas Portugal [ ] voltados ambos para o povo, dirá o rei d'armas Portugal [ ] em voz alta = Ouvide = ouvide = ouvide, e estai atentos = e logo o alferes mor levantando a voz, quanto lhe for possível, dirá Real, real, real pelo muito alto, e muito poderoso senhor Rei Dom João VI do nome nosso senhor. Os reis d'armas, arautos, e passavantes dirão o mesmo, ajudando-os as pessoas que estiverem na varanda. Acabada esta segunda aclamação, dirá o rei d'armas Portugal [ ] Manda El Rei nosso senhor que só o acompanhem as pessoas que o vieram acompanhando. (Trecho Extraído do Plano de Ordem da Aclamação de D. João VI – O Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira – www.arquivonacional.gov.br).

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Leci Brandão recebe título de Cidadã de Santos e Vereador cita nome da jornalista Claudia Alexandre no discurso


A Câmara Municipal de Santos entregou na última terça-feira, dia 13 de setembro, o Título de “Cidadã Emérita de Santos” à Leci Brandão, conforme Decreto Legislativo nº 10/2005.A cantora e compositora Leci Brandão nasceu e foi criada nas proximidades de redutos do samba carioca, como a Portela, Vila Isabel e Mangueira.Em 1968, Leci apareceu pela primeira vez para os telespectadores quando ganhou o prêmio “A Grande Chance”, da TV Tupi. Foi a primeira mulher a integrar a Ala dos Compositores da verde-rosa (Mangueira), no ano de 72. Também teve atuação na política, em movimentos ligados à defesa dos direitos humanos e ao sindicalismo. Marcou sua carreira internacional fazendo shows nos cincos continentes.
O vereador Manoel Constantino dos Santos (PMDB), autor da propositura, fez o discurso de saudação. "Nascida em Madureira, criada em Vila Isabel, nas proximidades dos redutos do samba carioca. A primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Mangueira. Seus pais Antonio Francisco da Silva e Lecy de Assumpção da Silva, com muita sensibilidade conseguiram inconscientemente implantar em suas veias o amor à luta pelas desigualdades sociais. Uma marca da infância foi quando Leci ganhou um concurso escolar de redação sobre o Equador e não levou o prêmio, acreditando haver ocorrido a discriminação, por ser filha da servente da escola. Leci Brandão começou sua carreira no programa de calouros apresentado por Flávio Cavalcanti na TV Tupi, em 1968, onde venceu na categoria de compositora.
O brilhantismo de sua carreira reflete-se na série de honrarias e títulos já recebidos: Cidadã Paulistana; Medalha Pedro Ernesto, da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro; Medalha Cruz e Souza, da Câmara Municipal de Florianópolis, Santa Catarina; a Comenda de “Zumbi dos Palmares”, do Governo de Alagoas; Cidadã Matogrossense; o Brasão da Cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul; Título de Cidadã Bernardense, chegando ao Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Órgão do Ministério da Justiça.
A relação de Leci com a nossa cidade se efetivou com a sua participação nas instituições religiosas que festejam Yemanjá, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura. Esta festa a partir de 2003 consta do calendário oficial da cidade, em virtude de Lei de autoria deste Vereador.
É sabido que o convite para participar da festa, foi feito a Leci por um filho de santo do Ilé Asé Odé Omi Fon do saudoso Babalorixá Vivaldo Pires de Carvalho, através da jornalista Claudia Alexandre, prontamente aceito pela homenageada. A partir daí, a presença de Leci tem sido constante em todas as festas dedicadas a Yemanjá, demonstrando imensa fé nesse orixá da religião afro-brasileira. A sua presença contagia a todos que participam das homenagens, pois Leci desfila na procissão com invejável animação, entoando as cantigas dedicadas à mãe de todas as cabeças com visível alegria.
É fato notório que o sucesso de Leci Brandão advém do seu trabalho honrado, destemido e da grandeza de sua fé. Na verdade, a população santista é que deve se sentir privilegiada por poder contar com a visita desse magnífico ser humano, dotado de um talento esplêndido para a música, que com seu carisma, reserva o dia 02 de fevereiro de todos os anos na sua disputada agenda, para visitar a cidade e emprestar o seu prestígio à louvação a Yemanjá.
Merece menção o fato de Leci, na maioria de seus trabalhos, prestar homenagem a todos os deuses da religião afro-brasileira, o que faz como forma de agradecimento pelas graças obtidas.Leci merece os aplausos de todas as religiões, pois, apesar de ser adepta do candomblé, sempre agiu com muita discrição, solidariedade e amor ao próximo.
O Título de “Cidadã Emérita de Santos” cabe-lhe muito bem, como forma de retribuir todo o amor que Leci Brandão demonstra por nossa cidade.
Se a cultura é a identidade de um povo, aqui celebramos esta identidade, representada por uma grande mulher que cumpre o papel e a função de sua arte, que é conscientizar, educar e transformar. Hoje, vamos aplaudir de pé, uma trabalhadora pelos direitos dos excluídos de todas as cores deste Brasil, a cantora, compositora, artista, cidadã brasileira: Leci Brandão. Leci, obrigado pela sua pulsante contribuição na construção de uma sociedade melhor!Quero lembrar a todos que 12 de setembro é a data de nascimento de Leci Brandão! Parabéns a Leci, nesta data querida....

VEREADOR MANOEL CONSTANTINO
Santos, 13 de setembro de 2005.