terça-feira, 7 de setembro de 2021

I Expo Internacional da Consciência Negra de São Paulo 2021: mega-evento ocupará o Pavilhão do Anhembi de 20 a 22 de novembro

Legenda: A Coordenadora da Expo Consciência Negra, Adriana Vasconcellos, o ator Deo Garcez (Luiz Gama) e a jornalista Claudinha Alexandre Por Claudia Alexandre @claualex16 O Dia da Consciência Negra em São Paulo será marcado pela realização de uma feira internacional de cultura, ciências e inovações. A I Expo Internacional da Consciência Negra de São Paulo será o primeiro evento a reunir no Pavilhão 10 do Anhembi num único espaço, elementos lúdicos, educativos e interativos sobre a cultura afro-brasileira. A feira estará aberta ao público de 20 a 22 de novembro, com entrada gratuita, oferecendo shows, palestras, feira literária e de negócios. A iniciativa faz parte do projeto São Paulo, Farol Contra o Racismo Estrutural da Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura da Cidade de São Paulo e visa promover a igualdade racial por meio de políticas públicas pioneiras e fomentar o compartilhamento de experiências e boas práticas, pelo diálogo estratégico com ativistas, estudiosos e autoridades no nível nacional, regional e internacional. A ideia é marcar a importância do tema, bem como o protagonismo da cidade de São Paulo, uma das maiores cidades da América Latina e a cidade brasileira com maior número absoluto de população preta e parda do Brasil. Expo Consciência Negra Durante os três dias do evento, o público será convidado a mergulhar no projeto assinado pelo carnavalesco André Rodrigues da Escola de Samba Beij-Flor de Nilópolis, do Rio de Janeiro. Além de conferências com nomes de referência nacional e internacional, o evento buscará proporcionar aos seus visitantes uma imersão cultural e uma experiência sensorial únicas, de modo a educar, sensibilizar e engajar a todos na causa antirracista. Em uma viagem ao tempo, com elementos lúdicos e educativos, será recontada a história da humanidade e do Brasil, ressaltando o protagonismo da população negra e as diversas lutas por emancipação, buscando sensibilizar a população em geral para os impactos e permanências da herança escravocrata a serem combatidas em nossa sociedade. Tudo isso, a partir das linguagens e dos elementos do carnaval brasileiro. O evento será formado por 5 alamedas temáticas, a saber: educação, saúde, mulher negra, cultura, e empreendedorismo e tecnologia. Em cada alameda, elementos educativos interativos promoverão uma imersão única, a partir de elementos do carnaval brasileiro. A Alameda da Educação recupera a biblioteca de Timbuktu, criada no Mali em 800 A.C., e terminará no impacto das ações afirmativas como ferramenta de superação das desigualdades, destacando o potencial emancipador da educação. A Alameda da Saúde levará aos conhecimentos e medicinas ancestrais,às contribuições das populações negras ao desenvolvimento da ciência moderna e ao sequenciamento genético. Na Alameda da Cultura, celebrará os diversos aspectos da cultura negra ao redor do mundo – os ritmos, os sabores, atores e atrizes que fizeram história-, bem como os caminhos da cultura digital. A Alameda do Empreendedorismo e das Tecnologias resgatará as primeiras mulheres negras que historicamente empreenderamm em todo o mundo, apontando para o afro futurismo: como as novas tecnologias negras constroem o mundo digital e o amanhã. Por fim, a Alameda das Mulheres Negras promoverá a intersecção entre duas dimensões centrais: raça e gênero, destacando a presença de mulheres negras em todos os espaços e campos de atuação. Nas alamedas poderão ser encontrados, também, expositores, nacionais e internacionais. Agenda .: Nos dias 20 e 21 o Expo será aberta ao público em geral, das 10 às 20 horas. A entrada será gratuita e, em virtude das medidas de distanciamento para contenção da pandemia, feita por meio de agendamento. Essa medida, bem como o controle do público interno será tomada para evitar aglomerações. .: No dia 22, teremos visitação de escolas. Pela manhã, haverá um seminário fechado sobre possibilidades de negócios Brasil-África.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Na bancada do Roda Viva com Martinho da Vila no 16 de agosto

Eu "numa" RODA VIVA com Martinho da Vila: segunda-feira, 16 de agosto, foi o dia do meu aniversário. Justamente o dia de Obaluaye no calendário afro-religioso, por força da associação com o calendário católico, que celebra São Roque, o santo que protege das pestes, das doenças contagiosas, dos inválidos etc... pra completar o orixá ancestral da família Alexandre, por isso celebramos todos os dias... E olha onde eu fui parar? Para uma sambista e jornalista forjada no samba e nas questões das religiosidades, expressões e heranças africanas o convite para entrevistar Martinho da Vila soou como um presente e um grande axé (àlãfíà!).
Para além das polêmicas, eu confesso que foi um misto de sentimentos, ao me ver naquela bancada. Eu não parava de refletir sobre como esse país é imensamente devedor com o povo negro. Martinho da Vila, que foi uma das trilhas sonoras da minha infância, da "minha" casa de bamba, um gênio extraordinário, no alto dos seus 83 anos, nunca ter sido o centro daquela roda. Podem imaginar? Pois eu não parei de pensar um só minuto. Aí veio a pergunta sobre a associação das escolas de samba com jogo do bicho e com milicias, para o entrevistado errado!!!, como um mero reflexo dos imaginários que ainda criminalizam e demonizam as expressões afro-brasileiras, mas não questionam a estrutura racista e genocida que nos atacam historicamente, enquanto ressignificamos opressões e violências direcionadas diariamente pra nós negros e negras. E ninguém pergunta ou, pelo menos, nos responde quando vão parar de nos matar! Martinho da Vila com sua arte, intelectualidade e elegância tem nos ensinado a sobreviver nesse pesadelo e a "curar" nossas feridas por meio da sua musicalidade. Martinho da Vila também é filho de Obaluaye. Ele também é um "velho curador". Ato tô! Gratidão Martinho! Sua benção! Por Claudia Alexandre - 17/8/2021

Mulheres de terreiros, as memórias ancestrais e a resistência pelo sagrado

por: Claudia Alexandre- jornalista/pesquisadora de tradições de afro-brasileiras Este artigo propõe uma reflexão sobre às memórias de mulheres negras que constituem a história das tradições das comunidades e povos de terreiros. A abordagem se justifica pelo lugar de invisibilização que ainda se impõe às trajetórias femininas, cujas opressões cotidianas se agravam pelo fato de pertencerem às religiosidades de matrizes africanas. Soma-se a isso, a questão da vulnerabilidade diante do crescente número de ataques e violências, que ampliam a perspectiva da intolerância religiosa e, que hoje, tem sido enfrentado como racismo religioso. O racismo religioso tem se configurado como um componente do racismo estrutural que afeta preferencialmente, no Brasil, seguidores das religiões denominadas afro-brasileiras: Umbandas, Candomblés, Quimbandas, Xangô, Xambá, Jurema, Tambor de Minas, Nagô, entre outras denominações cujas raízes marcam a ancestralidade negro-africana, mas também ameríndias. Além das expressões religiosas, as expressões lúdicas como samba e capoeira, jongo, samba de roda, maracatu, afoxé, congada, entre outras, também são alvos de violências físicas e simbólicas, principalmente quando se percebe os casos de apropriações de elementos como música, dança, vestuário e da culinária, por parte de segmentos religiosos intolerantes, como conotação de demonização. Um exemplo seria a apropriação de grupos evangélicos do acarajé, comida que guarda associação com a orixá Iansã, por conta de seu alimento votivo, o acará, que na versão evangélica se transformou em “bolinho de jesus”, assim como a capoeira já foi transformada em “capoeira de jesus”.
Foto: Equede Sinha com a jornalista Claudia Alexandre - no terreiro da Casa Branca, em Salvador/ 2019 . Foi início do século XX que as religiões de matrizes africanas no Brasil entraram para as narrativas dos principais pesquisadores dos estudos afro-brasileiros. Uma geração de homens brancos, eurocêntricos, boa parte, estrangeira, publicavam o resultado de suas excursões pelos terreiros, em especial na Bahia, questionando as matriarcas sobre os meandros dos candomblés de tradições yorubá, ketu-nagô, jejê-nagô, que eles elegiam como “puros” e verdadeiramente africanos. Eles supervalorizavam as práticas nagôs e classificavam como “degradadas” as práticas de outros cultos, inferiorizando os candomblés de origem banto – angola-congo e também de Caboclo, afetando as tradições negros e negras que restituíram nas Américas formas de se relacionar com a herança ancestral. . É nessa rede de informações, que se construiu um imaginário paralelo, que objetificou ainda mais as mulheres de terreiros, ao vasculhar e expor suas práticas sagradas, sem evidenciar o resultado das lutas, negociações e resistências. Essas mulheres com seus saberes e fazeres garantiram a ressignificação de humanidade e da (re) estruturação das “famílias de santo”. Atitudes que contrariam imaginários de primitivismo e inferioridade negra, elas conseguiram recriar, a partir das memórias ancestrais, o sistema ideal de enfrentamento à sociedade opressora, patriarcal e racista. Mulheres negras se fizeram presente nas lutas e resistências contra a escravidão e nos movimentos abolicionistas e foram determinantes para a criação de redes de solidariedade e sociabilidade que formaram os terreiros de candomblés, reverenciando um passado rompido pelo sistema da escravidão. O pesquisador Clóvis Moura descreve no Dicionário da Escravidão Negra no Brasil as condições das mulheres em regime escravista, ressaltando que a mulher escravizada era considerada inferior ao homem escravizado, contrariando a informação de que mulheres negras eram exclusivamente preferidas para satisfação dos desejos dos senhores brancos. Os corpos das mulheres negras eram expostos a todas as violências e desmedidos perigos, havendo trabalhos em condições idênticas aos dos homens ou piores. “não havia privilégio, mas pelo contrário, níveis de exploração bem mais acentuados, inclusive a sexual”, enfrentados numa sociedade que nunca as enxergou. . A história do Brasil escondeu o nome de muitas mulheres negras que resistiram através do sagrado e construíram sua própria história, sustentando a sabedoria dos ancestrais em condições de desigualdade e garantindo proteção espiritual, de afeto e continuidade com suas comunidades (egbés). Essas mulheres como líderes religiosas, não podem ser reduzidas a um lugar menor e estático. A ativista Lélia Gonzalez também se preocupava com as opressões sofridas por mulheres de terreiros e ressaltou que as iyalorixás e mães de santo desempenham papel central não apenas religioso, mas também cultural. Mulheres que manipulam recursos naturais, materiais e sempre mantiveram posições de “poder e dominação” entre o terreiro e pessoas brancas e de classe média. Mulheres de linhagem real, negociadoras, comerciantes, mães e carregadas de mistérios, se transformaram em vários períodos da história como a única via de acesso do povo negro à sociedade dominantes. Assim deixaram suas marcas Mãe Aninha, Mãe Senhora e Mãe Stella de Oxóssi (Opó Afonjá), Mãe Meninha do Gantois (Terreiro do Gantois), Maria Neném (Tumba Junçara), na Bahia; Mãe Manodê (Terreiro Santa Bárbara), Mãe Sylvia de Oxalá (Ilê Axé Obá) e Mãe Sandra Epega (Ilê Leuaito), em São Paulo; Mãe Beata de Yemanjá (Ilê Omiojuarô). . Memórias que ainda permanecem na vitalidade de Mãe Meninazinha de Oxum (Ilê Omolu Oxum), Mãe Carmem (Terreiro Gantois), Mãe Ana de Xangô (Opó Afonjá), Mãe Neuza de Xangô (Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho), Mãe Juju D’Oxum (Ilê Maraqueto Axé Oxum) e Mãe Kabeca (Terreiro Fanti Ashanti) e tantas mulheres negras que estão à frente de muitos terreiros pelo Brasil. . Essas resistências marcam memórias de negociações, com perdas e ganhos, como as aproximações que se fizeram necessárias com a Igreja Católica, após um processo de violências e perseguições. Uma relação que estabeleceu o fenômeno do “sincretismo” ou “junção”, que permitiu a formação das irmandades negras, como um importante braço político para a organização dos candomblés na Bahia. Mas também possibilitou as que religiosidades negras circulassem pelas ruas, muitas vezes alternando a devoção aos orixás e santos católicos, que permanecem em festas do calendário popular com louvações à São Cosme e Damião, São Jorge, Santa Bárbara, São Lázaro, São Sebastião, São Pedro, Nossas Senhoras e Nosso Senhor do Bonfim, presentes em celebrações e “obrigações” a Ibeji, Ogum, Iansã, Obaluayê-Omulu, Oxóssi, Xangô, Oxum, Yemanjá e Oxalá. Além da relação com Exu, tensionada pelo processo de demonização e a associação com o diabo-cristão. É justamente a demonização do orixá Exu, o mensageiro, ambíguo e mais controverso das divindades yorubá-nagô, que tem sido usada ao longo do tempo, para inferiorizar práticas e tradições de matrizes africanas, bem como mulheres negras e homens negros. Somente no ano de 2020, o número de denúncias de intolerância religiosa aumentou em 56% no Brasil. . Estes dados são do relatório do Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Este serviço representa uma política pública de controle de casos de violações de direitos humanos, incluindo intolerância religiosa e apurou que os maiores reclamantes são seguidores da Umbanda e do Candomblé, contra ataques de neopentecostais, em sua maioria. No primeiro semestre de 2019, foram 2.722 casos de intolerância religiosa – uma média de 50 por mês. No âmbito criminal torna-se alarmante a quantidade de terreiros de Umbanda e Candomblé depredados, invadidos e expulsos de suas sedes, com agressão de sacerdotes e sacerdotisas de seus espaços sagrados, com participação até mesmo do crime organizado. Nesse 25 de julho, quando se comemora do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha lembremos também de Mãe Gilda de Ogum, que se tornou símbolo nacional do Dia de Combate à Intolerância Religiosa, no dia 21 de janeiro. Sua morte ocorrida em 2007, em decorrência de um ataque cardíaco, provocado por ofensas e ataques que recebeu de um grupo de evangélicos, é apenas um dos desfechos trágicos que o racismo religioso tem provocado. . Mãe Gilda, Gildásia dos Santos, yalorixá do terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum, localizado em Itapuã, na cidade de Salvador, foi covardemente agredida verbalmente e teve seu terreiro invadido por membros da Igreja Universal do Reino de Deus, de confissão neopentecostal, a mesma do Bispo Edir Macedo, dono do Grupo Record. A TV que foi condenada na justiça a conceder Direito de Resposta às religiões de matrizes africanas, em 2018. Os programas veiculados pela emissora transformaram iyalorixás e babalorixás em “mães de encosto” e “pais de encosto”. A vitória na justiça veio depois de mais de 15 anos de briga nos tribunais de São Paulo e um prejuízo incalculável para a imagem dos sacerdotes e principalmente, sacerdotisas de matrizes africanas. O processo foi conduzido pelos juristas Hédio Silva Júnior, Antônio Basílio Filho e Jader Macedo Júnior. . Para além das lutas atuais, é preciso evidenciar que os desafios se atualizam na medida em que mulheres negras são pilares destas expressões religiosas e guardiãs desta cultura ancestral. A condição de mulheres negras no estrato social e seus enfrentamentos por equidade e igualdade de oportunidade também atingem mulheres de terreiros e suas subjetividades. São mulheres cujas especificidades devem estar incluídas nas pautas por políticas públicas e de reivindicação por plenos direitos. Axé iyás!

terça-feira, 20 de julho de 2021

Samba de Roda é destaque do festival virtual Samba de Rosas no Youtube

Os episódios estão disponíveis no canal Youtube/SambadeRosas contam com a participação do grupo Samba de Roda da Dona Rosa (Mauá-SP); professora Marquinha e Meninas da Capoeira Filhos de Gandhi; Mãe Monica Berezutchi (Associação Luz Dourada); Afoxé Filhos do Cacique e as cantoras Paty Nabeiro e Tatiana Bueno com o grupo Nó na Pedra. Há uma intervenção especial da jornalista e pesquisadora Claudia Alexandre, que conta um pouco da história do samba de roda, que tem origem no Recôncavo da Bahia. A apresentação é do radialista Moisés da Rocha, do programa O Samba Pede Passagem (Radio USP FM). Todos os episódios do Festival Samba de Rosas foram gravados no espaço de eventos Casa Blanca (Santo André - SP), em ambiente restrito, seguindo as orientações de distanciamento social, por causa da pandemia do novo coronavírus. Samba de Rosas O Festival Samba de Rosas, é uma celebração de artistas de São Paulo ao samba de roda brasileiro. Tem o propósito de registrar os processos que levaram o surgimento do Samba de Roda no país, desde as primeiras manifestações culturais da música e dança caiçara no início do século XVI até a consolidação da expressão cultural na Bahia, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com seu impacto na música paulista, um dos objetos da análise cultural do projeto. Nesse contexto surge a presença feminina como protagonista de um processo sem o qual não haveria a expressão cultural com a magnitude que possui. O samba de roda foi reconhecido como um patrimônio local pelo IPHAN em 2004; como patrimônio oral e imaterial da humanidade pela Unesco em 2005 e em 2020 se tornou patrimônio cultural imaterial do Estado da Bahia. Seus primeiros registros datam de 1860, no recôncavo baiano, como uma expressão que guarda ao mesmo tempo música, dança, poética e heranças negro-africanas elaboradas em solo brasileiro. Sua preservação é feita até hoje por grupos de sambadeiras e sambadores, no Recôncavo Bahia, que animam as rodas onde se presencia os sons harmoniosos de instrumentos como: viola, cavaco, pandeiro, reco-reco, ganzá, chocalho e prato-e-faca. As coreografias seguem as variações do samba de roda como miudinho, samba-chula e samba-corrido. . Reverência paulista às mulheres do samba de roda, gravado no Casa Blanca, em Santo André (ABC Paulista) Convidados: Nega Duda; Samba de Roda da Dona Rosa (Mauá-SP); Marquinha e Meninas da Capoeira Filhos de Gandhi; Mãe Monica Berezutchi (Associação Luz Dourada); Afoxé Filhos do Cacique; Tatiana Bueno e Grupo Nó na Pedra e a jornalista e pesquisadora Claudia Alexandre. Apresentação: Moisés da Rocha. . Canal Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC-xH-XPzY-V-jR8DSayp1Xg Direção: Marco Antônio Machado (Brazil Films) Produção Executiva: Keli Aragão . Mídias Digitais - FACEBOOK/festivalsambaderosas: www.facebook.com/festivalsambaderosas - INSTAGRAM/festivalsambaderosas: www.instagram.com/festivalsambaderosas - YOUTUBE/festivalsambaderosas: https://www.youtube.com/channel/UC-xH-XPzY-V-jR8DSayp1Xg - Qrcode Informações à Imprensa: Central de Comunicação - centraldecomunicacao@gmail.com – Atendimento à Imprensa: Camila Alexandre (11) 97326-9170 – Instagram: @centraldecomunicacao

Festival Samba de Rosas estreia com reverência às mulheres do samba

São Paulo – O samba de roda é um dos maiores patrimônios culturais imateriais do Brasil e inspirou a cantora paulista Tatiana Bueno e a musicista Keli Aragão (Grupo Nó na Pedra) a realizar a homenagem que o Festival Samba de Rosas faz à riqueza da música popular nacional. Tatiana reuniu num único evento nomes do samba paulista e de expressões afro-brasileiras como a capoeira e a música de terreiro, para reverenciar principalmente as mulheres que mantém essas tradições em terras paulistas. Os episódios estão disponíveis no canal Youtube/SambadeRosas contam com a participação do grupo Samba de Roda da Dona Rosa (Mauá-SP); professora Marquinha e Meninas da Capoeira Filhos de Gandhi; Mãe Monica Berezutchi (Associação Luz Dourada); Afoxé Filhos do Cacique e as cantoras Paty Nabeiro e Tatiana Bueno com o grupo Nó na Pedra. Há uma intervenção especial da jornalista e pesquisadora Claudia Alexandre, que conta um pouco da história do samba de roda, que tem origem no Recôncavo da Bahia. A apresentação é do radialista Moisés da Rocha, do programa O Samba Pede Passagem (Radio USP FM). Todos os episódios do Festival Samba de Rosas foram gravados no espaço de eventos Casa Blanca (Santo André - SP), em ambiente restrito, seguindo as orientações de distanciamento social, por causa da pandemia do novo coronavírus. Samba de Rosas O Festival Samba de Rosas, é uma celebração de artistas de São Paulo ao samba de roda brasileiro. Tem o propósito de registrar os processos que levaram o surgimento do Samba de Roda no país, desde as primeiras manifestações culturais da música e dança caiçara no início do século XVI até a consolidação da expressão cultural na Bahia, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com seu impacto na música paulista, um dos objetos da análise cultural do projeto. Nesse contexto surge a presença feminina como protagonista de um processo sem o qual não haveria a expressão cultural com a magnitude que possui. O samba de roda foi reconhecido como um patrimônio local pelo IPHAN em 2004; como patrimônio oral e imaterial da humanidade pela Unesco em 2005 e em 2020 se tornou patrimônio cultural imaterial do Estado da Bahia. Seus primeiros registros datam de 1860, no recôncavo baiano, como uma expressão que guarda ao mesmo tempo música, dança, poética e heranças negro-africanas elaboradas em solo brasileiro. Sua preservação é feita até hoje por grupos de sambadeiras e sambadores, no Recôncavo Bahia, que animam as rodas onde se presencia os sons harmoniosos de instrumentos como: viola, cavaco, pandeiro, reco-reco, ganzá, chocalho e prato-e-faca. As coreografias seguem as variações do samba de roda como miudinho, samba-chula e samba-corrido. NEGA DUDA - a Homenageada São Paulo deve muita à sambadeira Nega Duda, que há 10 anos inseriu as raízes do samba de roda na cena cultural paulista. Ducineia Cardoso é referência do samba de roda baiano na capital paulista. Atualmente é uma das cantoras do bloco afro Ilu Obá de Min e faz apresentações solos por todo o país. Nascida na pequena cidade do Recôncavo baiano, São Francisco do Conde, em 13 de maio de 1968, foi na beira do rio, lavando roupa que Nega ouviu e aprendeu as primeiras canções, os primeiros sambas de roda. Hoje Nega reside na Cidade Tiradentes, bairro da periferia na zona leste de São Paulo. Do Recôncavo para Montepellier, em 2002, Nega fez sua primeira viagem internacional ao integrar comitiva brasileira no 17º Festival de Montpellier-Printemps des Comédiens (França), representando a Bahia e as mulheres sambadeiras, numa comitiva de artistas populares. De lá recebeu um convite que a trouxe direto para São Paulo representar o samba de roda da Bahia e cantar no Bloco Afro Ilu Obá de Min. As atrações SAMBA DE RODA DA DONA ROSA O samba de roda da Dona Rosa, criado por Mestre Gildasio em 2016, nasceu com objetivo de envolver principalmente as mulheres remanescentes de Quilombo moradoras do Jd. Miranda, Mauá-SP, que migraram do Quilombo do Vale das pedrinhas região de Bom Jesus da Lapa-Bahia. O samba foi batizado com o nome : “Samba de roda da Dona Rosa” em homenagem a Yalorixá Rosalina Maria de Brito Barbosa, matriarca do Centro de Umbanda São José das Pedreiras. Dona Rosa foi figura importante para idealização do grupo, ela participou em vida do primeiro ano das rodas, fazendo sua passagem espiritual no ano seguinte, deixando sua marca e toda sua ancestralidade na História do nosso Samba. O Samba de Roda da Dona Rosa se reúne quinzenalmente, aos domingos, no Núcleo da Filhos de Ghandi, Jd. Miranda D’avez, mantendo a tradição na região do Grande ABC paulista. MARQUINHA E MENINAS DA COPEIRA FILHOS DE GANDHI A professora de capoeira Danieli Andrade dos Santos, 24 anos, conhecida na roda como Marquinha, integra o grupo Filhos de Gandhi (Mauá – SP). Começou a praticar capoeira com apenas quatro anos de idade, participando de projetos sociais da comunidade, sob o comando do mestre Gildásio Pereira. Hoje ela é uma ativista pela cultura e participação das mulheres na prática do esporte. É responsável pelo documentário de Mandinga. Em 2018 representou o Brasil, à convite do governo da Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra e Tarija, onde ministrou palestras e workshops sobre as mulheres brasileiras e a modalidade da capoeira, uma das maiores expressões da cultura afro-brasileira. MÔNICA BEREZUTCHI E FILHAS DA LUZ DOURADA Mônica Berezutchi da Associação Luz Dourada - especialista em cultura africana e líder de movimentos culturais de periferia. Ativista cultural, coordenou projetos como o CD musical Louvação aos Orixás, de sua autoria, lançado em 2007, e idealizou o Festival da Primavera promovido pela ONG LUZ DOURADA, entre 2017 e 2019. Participa também de diversos movimentos sociais como a Caminhada Um Axé pela Vida da subprefeitura de Sapopemba entre outros tantos, mas sem nunca perder o foco de beneficiar o maior número possível de pessoas, tanto no aspecto material, quanto naquele tangível apenas por ações culturais oriundas de regiões onde habitam o sonho e a vontade de construir um mundo melhor e mais igualitário. PATY NABEIRO Cantora desde 1990, Paty Nabeiro, nasceu num ambiente onde pequena pôde ser embalada ao som das músicas que seu pai cantava e a encantava. Na família muitos também cantavam, dançavam e tocavam. Impossível não se apaixonar pela música! Patrícia foi premiada em Festivais como, FEJACAN e FEMUP, além dos eventos culturais mineiros, como Festival FENAC em Três Pontas e Festival de Andradas. Em 1998 participou da gravação do CD e shows em homenagem aos 40 anos de Bossa. Seu primeiro disco ENTRE NÓS, em 2016, nasceu do desejo de pôr em prática o exercício de SER ARTISTA INDEPENDENTE no BRASIL. Em Setembro de 2020 iniciou o Projeto Centenário da Divina Elizeth Cardoso com o Regional Confraria, conjunto este criado durante a Pandemia pelos amigos Paty Nabeiro (voz), Beto Marsola (violão 6 cordas), Juninho Morada (voz e cavaquinho), Ricardo Boton (violão 7 cordas) e Bebê do Goes (Percussão). TATIANA BUENO E GRUPO NÓ NA PEDRA Tatiana Bueno é cantora e compositora, sambista paulista de São Bernardo do Campo, militante há mais de 10 anos dos principais núcleos de samba do Estado de São Paulo, com forte atuação na capital paulista, região do ABC e litoral. Tatiana participará nesse evento apresentando seu show Samba de Rosas, concebido exatamente para a “valorização da mulher nos processos de desenvolvimento da cultura, além da sua atuação social de extrema importância, embora nem sempre reconhecida”. Ela será acompanhada pela grupo Nó na pedra, liderado por Keli Aragão. O grupo é conhecido pelo trabalho instrumental e pela pesquisa de repertório do Brasil colonial, passando pela música urbana de 1870, propagada a partir de 1930, com o início da era do rádio. CLAUDIA ALEXANDRE Jornalista e Comunicadora de rádio e TV. É Mestre e Doutora em Ciência da Religião (PUC-SP); Pesquisa Samba e Religião. Apresenta o PAPO DE BAMBA na plataforma BR Brazil. Autora de Orixás no Terreiro Sagrado do Samba - Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai (Editoras Aruanda e Griot). Com uma trajetória de quase 30 anos no universo do samba e das escolas de samba de São Paulo, Claudinha Alexandre tem defendido o lugar das mulheres, principalmente das mulheres negras na história do samba no Brasil. Ministrou o curso Mulheres do Samba e do Axé (Fundação Ema Klabin) e tem se aprofundado na pesquisa sobre a vida da baiana Hilária Batista de Almeida (1854-1924), que ficou conhecida como Tia Ciata, a mãe do samba. MOISÉS DA ROCHA Na década de 70 uma proposta mudou a atuação do talentoso radialista Moisés da Rocha e a história do Rádio paulista. Era 1977, quando recebeu o convite para integrar a equipe da recém-inaugurada Rádio Universidade de São Paulo (USP-FM). Moisés da Rocha revolucionou o radialismo com uma grade de programação voltada para a Música Popular Brasileira, exclusivamente o samba, com o programa “O Samba Pede Passagem” que permanece no arr pela mesma Rádio USP-FM. Com quase 50 anos de profissão, Moisés é um dos homens de maior vivência no Samba, colecionando reconhecimento por diversas entidades de classe com os 3 prêmios da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Estreia do canal Festival Samba de Rosas Reverência paulista às mulheres do samba de roda, gravado no Casa Blanca, em Santo André (ABC Paulista) Convidados: Nega Duda; Samba de Roda da Dona Rosa (Mauá-SP); Marquinha e Meninas da Capoeira Filhos de Gandhi; Mãe Monica Berezutchi (Associação Luz Dourada); Afoxé Filhos do Cacique; Tatiana Bueno e Grupo Nó na Pedra e a jornalista e pesquisadora Claudia Alexandre. Apresentação: Moisés da Rocha. Canal Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC-xH-XPzY-V-jR8DSayp1Xg Direção: Marco Antônio Machado (Brazil Films) Produção Executiva: Keli Aragão Mídias Digitais - FACEBOOK/festivalsambaderosas: www.facebook.com/festivalsambaderosas - INSTAGRAM/festivalsambaderosas: www.instagram.com/festivalsambaderosas - YOUTUBE/festivalsambaderosas: https://www.youtube.com/channel/UC-xH-XPzY-V-jR8DSayp1Xg Assessoria de Comunicação Central de Comunicação Claudia Alexandre Camila Alexandre - Relacionamento com a Mídia @centraldecomunicacao