quarta-feira, 24 de maio de 2017

Em São Paulo o Dia da África, 25 de maio terá entrega do Troféu Africa-Brasil

Pelo 12o. ano consecutivo o Centro Cultural Africano (SP) promoverá no dia 25 de Maio - Dia da África - a entrega do Troféu Africa-Brasil. Presidido pelo nigeriano Otunbá Adekunle Aderonmu, o Centro Cultural Africano tem atuado na integração cultural, social e desenvolvimento econômico com os países de África. Diversas autoridades e celebridades receberão a estatueta Mama África, uma obra de arte em madeira, original da Nigéria. A noite de premiação estã marcada para às 19h30, no Auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa, no Parque Ibirapuera. Aberto ao público. Será um prazer ser a Mestre de Cerimônias pela quinta vez, desta grande festa. Desta vez ao lado do meu colega, editor do Jornal Tribuna Afro-brasileira, Cosme Felix. A Direção Geral do evento é da Rosangela Ludovico (Ludô) e o Diretor Artístico é o Tom Arruda.

Presidente do STF ministra Carmem Lúcia receberá Comissão dos Terreiros Tombados da Bahia nesta quarta-feira, 24

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, receberá em seu gabinete em Brasília, nesta quarta-feira, 24, às 12 horas, sacerdotes e sacerdotisas de Candomblé, que representam os primeiros templos religiosos afro-brasileiros edificados no Brasil, especificamente na Bahia. O grupo, que faz parte do coletivo Terreiros Tombados, será acompanhado pelo jurista Hédio Silva Júnior, advogado constituído para defender os direitos à liberdade de culto das religiões de matriz africana, principalmente na questão do julgamento do Recurso Extraordinário 494.601-7/210, sobre a Lei 11.915/2003 de legalidade da sacralização de animais para fins religiosos, originada no Rio Grande do Sul.
Desta vez, Dr. Hédio, acompanhará a entrega do “parecer doutrinário” sobre abate religioso no Candomblé, subscrito pela Comissão dos Terreiros Tombados, além de entregar um memorial técnico, como contribuição ao julgamento. Em março ele já havia protocolado um parecer jurídico, após ser recebido pelo Ministro e relator do caso, Marco Aurélio Mello. Na ocasião também estiveram representantes de terreiros da região Sul e Sudeste do Brasil. “Trata-se de um segundo mas não menos importante argumento que evidencia a especificidade do tema bem como sua repercussão geral”, disse o advogado. Durante o encontro, o grupo pedirá que na data do julgamento, que ainda não foi marcado, também possa opinar na condição de amicus curiae (amigos da corte, em latim). Segundo o jurista, que neste mês saiu vitorioso do TJSP no julgamento da ação que pedia a proibição de abates religiosos em cultos afros na cidade de Cotia (SP), esta união e representatividade das religiões afro-brasileiras (candomblé, umbanda e demais vertentes) é de suma importância. “Juntas estas casas que integram a Comissão de Terreiros Tombados congregam estimadamente 5 mil templos de candomblé espalhados por vários Estados da Federação”, calculou. Assinam o parecer doutrinário, como parte da comissão: Associação São Jorge do Engenho Velho, Antonio Augusto Souto e Gersonice Ekedy Sinha Azevedo Brandão; Associação de São Jorge Ebé Oxossi, Angela Maria Oliveira da Silva Ferreira; Associação Cultural e Religiosa São Salvador – Ilê Axé Oxumaré, Sivanilton Encarnação da Mata; Associação Beneficente do Terreiro Tumba Junsara, Esmeraldo Emérito de Santana Filho; Sociedade Cruz Santa do Axé Opé Afonjá, José de Ribamar Feitosa Daniel; Associação Ben. Religiosa e Cultural Omo Agbouká, Balbino Daniel de Paula; Associação Beneficente Pena Dourada, Anselmo José da Gama Santos e Coletivo de Entidades Negras da Bahia, Iraildes Andrade Nascimento. “Vale assinalar ainda, que no Brasil não apenas as Religiões Afro-brasileiras como também a comunidade judaica e muçulmana possuem rituais de abate religioso de animais (com finalidade dietética e litúrgica), porquanto trata-se de litígio cujo desfecho extrapola os interesses subjetivos inicialmente delineados, fato este que robustece o atributo de repercussão geral”, disse Dr. Hédio, ao citar termos do memorial técnico. No documento o advogado argumenta que convém consignar igualmente que o reconhecimento da repercussão geral pode assentar-se também tanto em critérios de relevância econômica (CPC art. 1.035, § 1º), como na espécie. “Visto que o abate religioso não só diz respeito à liberdade de culto e de liturgia, mas também tem a ver com a agroindústria, dado que o Oriente Médio e os países muçulmanos formam um importante e cobiçado mercado consumidor de aves e carne bovina produzidas no Brasil, abatidas de acordo com preceitos religiosos”, explicou. Estatísticas recentes indicam que cerca de 30% das exportações de frango e 40% das exportações de carne bovina são destinadas a países muçulmanos. Em 2015 apenas o Egito, país africano de maioria muçulmana comprou 5% do total da carne bovina produzida em nosso país. DR. HÉDIO SILVA JR. é advogado e ativista histórico. Foi secretário da Justiça do Estado de São Paulo e é um dos mais respeitados defensores da cultura e das religiões de matrizes africanas. Em 2016, foi homenageado com o Troféu Asé Isesé (A força dos nossos ancestrais) conferido pelo Centro Cultural Africano à lideranças religiosas e personalidades públicas que se destacam na luta contra a intolerância religiosa.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Revista Internacional Afribraz entrega à Jornalista Claudia Alexandre prêmio Mulheres em Destaque 2016

Um belíssimo espaço do hotel Tryp Meliá, na região do Itaim Bibi, foi o local escolhido para a festividade promovida pela revista Afribraz que tem como um de seus objetivos empoderar a população negra. Prova disto foi a cerimônia dedicada às mulheres realizada na noite do dia 21 de março. A premiação “Mulheres em Destaque do ano de 2016” reuniu lideranças do movimento negros internacionais e nacionais, além de autoridades e demais convidados que aplaudiram de pé as escolhidas: a psicóloga e ativista social Cida Bento, as jornalistas: Joyce Ribeiro, Alexandra Loras e Claudia Alexandre, a deputada Clélia Gomes e a presidente de Escola de Samba Solange Cruz. O evento ciceroneado pelo assessor de imprensa e produtor de eventos, Carlos Romero, iniciou com uma salva de palmas em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, celebrado no dia 8 deste mês de março. “Hoje é um dia muito importante para mim, para a Afribraz e todos nossos parceiros. Agradeço aos presentes pela presença. Uma noite de comemoração pela sétima edição da revista e em celebração ao Dia Internacional da Mulher. Em 2015 ao identificarmos as similaridades entre brasileiros e africanos empreendemos nesta publicação que aborda entre outros assuntos as relações entre África e Brasil, como: network, eventos econômicos e sociais… nestes dois anos alcançamos uma tiragem de 20 mil revistas com publicação em inglês e português. Agradeço realmente a todos inclusive aos novos parceiros por estas conquistas”, disse o CEO da Afribraz, Innocent Arohlf. As certificações tiveram início com a entrega de dois certificados à jornalista Joyce Ribeiro, pela capa da revista e pelo dia da mulher. “É um prazer estar aqui com pessoas que já conheço há tanto tempo. Fico feliz por reencontrar amigos e amigas, nesta homenagem às mulheres. Acredito que a nossa união, as boas vibrações e a vontade de compartilhar sentimentos é o mais importante. Cada uma em sua área, mas realizando o seu ofício com dignidade e de forma intensa. Estou muito feliz de estar ao lado destas mulheres que me inspiram”, disse Joyce. “Eu agradeço à Afribraz e a todos que tornaram este evento possível. Fico feliz com o espaço que a mídia tem nos dado, onde temos tido mais oportunidade de mostrar nossos talentos. Não dá mais para vermos um comercial de margarina ou mesmo uma empresa, que não contemple a diversidade racial. O Brasil é o segundo país com mais negros depois da Nigéria e fico feliz que estejamos juntos neste objetivo de reorganizar nossa sociedade. Obrigada por me certificarem junto a estas mulheres negras brasileiras”, destacou Alexandra Loras ao receber o certificado das mãos de Carol Silvestre, gerente sênior de Comunicação da Sansung. Mutari Kaita, cônsul da República da Nigéria entregou o terceiro certificado à Deputada Clélia Gomes. “Agradeço a Afribraz pelo convite e pela homenagem. Estou na política há apenas 2 anos. Uma mulher negra, da periferia e mãe de santo. Então vocês imaginam como tem sido difícil. Represento as mulheres negras da prefeitura e busco fazer por elas o que sempre quis que o poder público fizesse por mim. Mulheres que só quem vive na periferia sabe o que sofrem”, afirmou. A multitarefada palestrante e diretora do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), Cida Bento, destacou o empoderamento feminino. “Parabenizo a revista por esta importante iniciativa. Neste dia muito significativo, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. Temos sim que celebrar que o número de negros nas universidades triplicou e esta juventude negra tem pressionado as empresas a se tornarem mais plurais quanto a diversidade, sobretudo referente às mulheres negras. Está mais do que na hora de ocuparmos cada vez mais espaços”, avaliou após receber a homenagem das mãos do presidente da Bayer do Brasil Theo van der Loo. Afim de promover um momento mais intimista durante a cerimônia houve a apresentação de uma atração internacional, a cantora Titi. Na sequência foi revelada uma grande surpresa, o lançamento em primeira mão do African Fashion Week. “Agradeço a presença de todos e todas, à revista Afribraz e a cada cônsul aqui presente pela parceria. O African Fashion Week vai acontecer em maio e precisarei do apoio de vocês para que este projeto dê certo e seja levado adiante”, revelou o responsável pelo evento no Brasil, Júlio. Na retomada da cerimônia a presidente da agremiação Mocidade Alegre recebeu a homenagem do presidente do Centro Cultural Africano. “Para mim é uma honra e só tenho a agradecer à Afribraz. Eu sou nascida e criada num terreiro de escola de samba. Tenho muito orgulho de comandar a Mocidade e como não fazemos nada sozinhos tenho o apoio da comunidade que nos ajuda muito. Uma luta prazerosa, onde vivo, realizo e festejo os sonhos. A vitória vem da luta, a luta vem da força e a força da união”, relembrou Solange a frase antes expressa no samba enredo deste ano da agremiação. A juíza e palestrante Mylene Ramos recebeu o certificado das mãos do CEO da Afribraz. “Eu fiz questão de vir aqui receber o prêmio com a minha revista Afribraz em mãos. Uma revista que aborda negócios internacionais entre Brasil e África. A prova de que estamos vivendo outros tempos. Por vezes, ao ler os jornais penso que retrocedemos, mas quando estamos num grupo de pessoas como este, que se reuniram para celebrar estas mulheres incríveis, percebo que estamos avançando. Com o compromisso de cada um de vocês que está aqui vamos conseguir uma sociedade mais justa e igualitária. Este certificado é de cada um de nós. Todos somos merecedores”, destacou a juíza. A jornalista, radialista, apresentadora e assessora de imprensa, recém nomeada Diretora de Relações com a Imprensa da prefeitura de Guarulhos, Claudia Alexandre falou sobre negritude. “Comemoro a Afribraz, pois apesar de sermos maioria da população são poucos os veículos que tornam a negritude notícia. As mulheres que me antecederam são muito especiais. Importante celebrarmos as mulheres negras e o empoderamento que tem nos permitido ocupar cargos de liderança. Agradeço por ser empoderada nesta noite ao lado destas mulheres que também me inspiram”, concluiu Claudia que recebeu o certificado das mãos do médico nigeriano, Dr. Emmanuel O.T. Oluwatuy. Ao final os presentes desfrutaram de um coquetel e congraçaram o sucesso da iniciativa.