terça-feira, 11 de maio de 2010

13 de maio de 2010: Museu Afro Brasil abre exposição e oferece programação especial

A programação inclui lançamentos dos livros "De Valentim a Valentim - a Escultura Brasileira - Séculos XVIII e XX" e "As Artes de Carybé - Las Artes de Carybé"; e show com os baianos Virginia Rodrigues e Tiganá Santana. Grátis

A exposição, Tempos de Escravidão, Tempos de Abolição: Iconografias e Textos apresentará dois diferentes tempos, mostrando documentos históricos, fotografias de época, aquarelas, pinturas, publicações e esculturas de ícones negros abolicionistas. A curadoria é do artista plástico, Emanoel Araujo, Diretor Curador do Museu Afro Brasil. A data escolhida para a abertura da mostra é 13 de maio, dia de reflexão pelos 122 anos da Abolição da Escravatura.
Primeiro, um tempo não definido, da chegada dos escravos no Brasil e em outros países das Américas, mostrando as atrocidades desta instituição infame, através de narrativas sobre navios negreiros, que cortaram o Atlântico com a grande carga humana de mais de 6 milhões de africanos; sem contar aqueles que tiveram o mar como sepultura. São narrativas escritas, desenhadas e pintadas por viajantes, poetas e escritores, que traduziram o sofrimento em célebres poesias como “O Navio Negreiro” de Castro Alves, que também inspirou Cassiano Ricardo e o poeta americano Langston Hughes e, também “A Escravidão” de Joaquim Nabuco. Destaque para o Movimento Abolicionista de 1882 no Estado do Ceará, onde ocorreu a abolição seis anos antes de ser adotada em todo o Brasil. São Tempos da Escravidão. Depois, os Tempos da Abolição destacando grandes personagens da vida pública brasileira, envolvidos com o término da mais terrível exploração humana nas terras das Américas. O poeta Luis Gama; o escritor, romancista e jornalista José do Patrocínio; o engenheiro André Rebouças; Antonio Bento, do Grupo Abolicionista “Os Caifazes” ; o poeta Castro Alves; o médico baiano, Luiz Anselmo da Fonseca, autor do livro “A Escravidão, o Clero e o Abolicionismo” (1887). Destaque para as mulheres nordestinas da Sociedade Abolicionista Feminina: Olegária Carneiro da Cunha, Maria Augusta Generoso Estrela e Carolina Ferraz. Até dia 13 de junho.

O show dos baianos Tiganá Santana e Virginia Rodrigues, com repertório de ritmos africanos e brasileiros, começa às 20 horas. Os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência, na portaria do Museu Afro Brasil. Grátis. Classificação Livre.
Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura
Parque Ibirapuera - Portão 10 - Informações: (11) 5579-0593

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Museu Afro Brasil abre projeto de itinerancia em Diadema

O Espaço Cândido Portinari, no Centro Cultural Diadema, recebe a exposição ‘Emblemas Afro Baianos de Rubem Valentim do Museu Afro Brasil’. A abertura ocorre nesta quarta-feira, dia 5 de maio, às 19h30, e a visitação irá até o dia 16 de junho, de terça-feira a sábado, das 13h às 19h.

Diadema é uma das primeiras cidades a receber esta exposição itinerante em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura SP – Sistema Estadual de Museus e o Acervo do Museu Afro Brasil. O evento terá como enfoque a produção de serigrafias de Rubem Valentim.

O artista é considerado um dos maiores artistas representantes da cultura afro-brasileira. Por volta de 1955 começou a buscar na cultura popular afro-brasileira os elementos que guiariam todo seu trabalho pelo resto da vida, refletido em suas pinturas e esculturas.

Em sua arte, Valentim é reconhecido por utilizar signos que sintetizam os instrumentos e ferramentas peculiares do candomblé por meio de formas geométricas. Dessa forma, elaborou uma espécie de característica que faz com que suas obras possam ser compreendidas por quem entenda as referências da religiosidade afro-brasileira.

Serviço:

Centro Cultural Diadema

Rua Graciosa, 300, Centro

Tel. 4056-3366

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dia 13 de Maio de 2010: 122 Anos de Abolição da Escravatura no Brasil

Comemorar ou refletir, não importa. Para mim parece óbvio que por um lado sintamos um alívio nesta data, que marcou o fim de um dos mais cruéis períodos da história da humanidade, além de um longo e vergonhoso trajeto da construção da nossa nação brasileira. Afinal, foram 300 anos de escravidão, no país que foi o último a libertar os negros do sistema escravista. Enfim veio a abolição, mas há quem diga, e com razão, que é ela ainda não se concretizou efetivamente. Nem preciso dizer que ao percorrermos os indicadores sociais, ainda vamos deparar com provas concretas de que a situação da população negra ainda é de desigualdade. Ainda não conquistamos os bancos das universidades, apesar do polêmico sistema de cotas, ainda não ganhamos os mesmos salários de não negros e não negras...ainda somos surrados e mortos pela polícia, de preferência se formos homens e jovens. Se mulheres, ainda estamos no final da fila. Mesmo assim, não podemos deixar de reconhecer o avanço, mesmo que sofrido em todos os setores, graças a luta incessante do movimento negro e da sensibilidade de lideranças que entenderam mesmo que com atraso, o benefício social das políticas públicas de ações afirmativas. Comemorar sim, o 13 de maio de 1888, mas não esquecer que desde o dia 14 de maio de 88 ainda não realizamos o sonho da igualdade de oportunidade. Lá se foram 122 anos...