terça-feira, 15 de setembro de 2015

Programa Papo de Bamba: Jornalista Claudia Alexandre fecha contrato com TVR - Sorocaba

O Programa Papo de Bamba, desde o dia 8 de agosto, também vai pela TVR - Sorocaba, Canal 23 NET, aos sábados às 21h30 e aos domingos 17h30. Criado em 2012 pela jornalista e radialista Claudia Alexandre, o conteúdo também pode ser acessado pelo Youtube, onde estão programas com bambas como Alcione, Fundo de Quintal, Reinaldo, Luiz Ayrão, Salgadinho, Luizinho SP, Amigos do Pagode 90, Arlindo Cruz, Xande de Pilares, Mumuzinho, Dudu Nobre, Dayse do Banjo, Neguinho da Beija-Flor entre outros Confira a entrevista que Claudinha Alexandre concedeu ao jornalista Renato Caliman da Myteam Press & Communication, falando um pouco sobre o novo contrato, a carreira e sobre o Programa Papo de Bamba:
MyTeam Press & Communication: Há quanto tempo esta envolvida com samba? Claudinha Alexandre: Sou formada em Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo, na turma de 1987. Em 1988, foi indicada para fazer reportagem para um programa chamado Rede Nacional do Samba, na época Radio Gazeta (AM) era apresentado por Evaristo de Carvalho, considerado o papa do samba no Brasil (e eu nem sabia rsss). Só sei que aprendi a fazer radio jornalismo e conhecer tudo sobre samba e escola de samba com este grande professor. Ele faleceu em 2014, às vésperas do carnaval. Ele era muito conhecido e respeitado no eixo Rio-São Paulo e me abriu as portas. De 90 pra cá atuei em diversas emissoras como locutora e a maioria apresentando horários de samba como rádios Imprensa FM, Tropical FM, América FM e Radio 105 FM. Minhas principais experiências na área foram como locutora da Radio Transcontinental FM, que na década de 90 fez um grande sucesso porque tocavam samba 24 horas; também de 2000 a 2014 fui repórter e redatora da RSC (Editora Rio Samba e Carnaval) para a revista especial sobre o Carnaval de SP, escrevendo sobre os enredos das escolas de samba; em 2014 fui convidada pela Letícia Muhana (Diretora do Canal VIVA da Globo) para atuar como Comentarista dos Desfiles das Escolas de Samba do Grupo 1 e Desfiles das Campeãs, uma experiência incrível! MyTeam: A partir de que momento surgiu a ideia de criar o programa? Claudinha Alexandre: Bom a ideia surgiu em 2012, quando uma amiga, também locutora, a Patrícia Liberato da Transcontinental FM me indicou para apresentar um programa de samba na CLIC TV (uma web TV). Achei legal porque pela primeira vez eu experimentaria uma forma nova de falar de samba e do universo popular da cultura afro, pois o projeto englobaria entrevistas, coberturas de eventos em escolas de samba e reportagens com toda a cadeia produtiva desta cultura. Na época a Clic TV envia conteúdos também para a UOL TV. Foi uma experiência bem legal, pois a partir do momento que percebi que a linguagem da internet era muito parecida com a do rádio conseguimos um bom resultado. Até porque não tinha dificuldade com o conteúdo e nem mesmo com os entrevistados, pois ao longo deste tempo fiz muitos amigos nesse meio. Em 2013 me desvinculei da Clic TV, que hoje é TV Geração Z e passei a produzir de forma independente para veiculação pelo Youtube. No começo o programa era gravado em estúdio, e para baratear a produção e ficar mais livre com as pautas, hoje fazemos o programa em formato de reportagem e cobertura externas. É mais a minha cara, ficamos mais soltos para bater o papo com os artistas. MyTeam: Qual a origem do nome? Claudinha Alexandre: Logo que comecei a desenhar o projeto pendei num programa que fosse um bate-papo, pois sabia que boa parte dos entrevistados seriam velhos amigos ou velhos entrevistados que de alguma foram eu já tinha produzido algum contato profissional com eles. Pensei que não podia ser um programa com perguntas óbvias e cansativas. Então pensei em "Papo" depois logo veio "BAMBA", Bamba – palavra de origem africana, que em quimbundo (mbamba) quer dizer "mestre". Está relacionado àquele que é profundo conhecedor. Exímio. Uma palavra diretamente ligada à linguagem do sambista. Diz-se que o bamba é aquele que tem um bom gingado. MyTeam: Como foi a transição da internet para a TV? Claudinha Alexandre: Recebi o convite da Carol Giatti, diretora da TVR Canal 23 NET - Sorocaba, no final do ano passado. Como estava envolvida na apresentação da minha monografia para especialização em Ciência da Religião, onde estudo Religiões Afro-brasileiras e Manifestações Culturais Afro-Brasileiras, acabei não conseguindo. Foi só agora, em agosto que voltamos a falar e aceitei este novo desafio. Estreamos dia 8 de agosto. É realmente um desafio. A TV exige maior elaboração, é uma linguagem um pouco mais detalhada e mais rigorosa em relação a estética. Mas é uma adaptação bem tranquila, estamos dando conta. MyTeam: Qual o tamanho do desafio de trabalhar com TV? Já teve experiências anteriores? Claudinha Alexandre: TV é tão mágica quando o rádio. O rádio vc tem que encantar pela voz e pela precisão da narrativa e descrição da notícia, do acontecimento. Já tive experiências com TV como apresentadora de programa de samba em TVs fechadas. Em 2005 fui convidada pelo Netinho de Paula para integrar o time da TV da Gente, um canal que teve a maior quantidade de profissionais negros na história da TV brasileira, mas que infelizmente parou as atividades em 2007. Lá eu assumi como Editora e Âncora do Telejornal. Um poucos antes, da TV da Gente fechar, em 2006, eu já havia saído, pois para atuar como repórter no SBT, onde fiquei por mais um ano. MyTeam: O retorno tem sido positivo? Claudinha Alexandre: Estamos comemorando um mês no ar! E a receptividade do tem sido muito boa. A TVR Canal 23 NET transmite para a região de Sorocaba, então estamos falando para um público local, mas como também mantemos o canal Papo de Bamba na internet tenho tido contato com o público pelas redes sociais, e é interessante receber tantos elogios... MyTeam: Como é fazer um programa para um público específico? Claudinha Alexandre: Os programas segmentados tem como vantagem você saber exatamente para quem está falando e, principalmente, o que ele quer saber, ouvir e participar. O samba é a cara do Brasil, e precisa ter mais espaços como esses. Principalmente para músicas de qualidade. Dá pra contar nos dedos as emissoras que tem programas específicos e espaço permanente para o samba, sem que seja a música ou artista que está na moda. E ainda assim, hoje só temos programas de samba, dois ou três, em emissoras educativas. MyTeam: Tem planos futuros em relação ao projeto? Claudinha Alexandre: Sim! é um projeto pessoal, cuido dele como um filho (rsss) quero que ele cresça e apareça. Há o desafio de conquistar patrocínio para programas especiais sobre as diversas vertentes que o samba tem por este Brasil afora. Quero falar sobre o samba de norte a sul, e mostrar como nossa cultura é rica, por exemplo, na Bahia (o berço do samba) temos o samba de roda, o samba Chula; no Rio de Janeiro (berço das escolas de samba) temos o partido alto, e ainda comunidades de jongo, um ritmo tradicional que está na vertente do samba; temos em São Paulo o samba nas comunidades rurais do Interior e ainda o movimento das Comunidades do Samba de Raíz, um monte de gente jovem, resgatando o bom samba e por aí vai... Quero fazer vários registros e mostrar os grandes bambas, anônimos e famosos, com espaço para a velha e jovem guarda do samba.

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