segunda-feira, 23 de abril de 2018

Tramas Culturais apresenta curso sobre mulheres do samba e do axé

Os encontros terão o comando da jornalista Claudia Alexandre que abordará a valorização da presença feminina e de suas vozes negras na constituição dos sambas como elemento ancestral
Foto: reprodução do livro "Escravos Brasileiros do século XIX (Christiano Jr. São Paulo - Com coordenação do Departamento de Espetáculos, a Fundação Ema Klabin vai promover mais um evento Tramas Culturais, com quatro encontros, que vão abordar a presença das mulheres na constituição do maior patrimônio cultural do Brasil: o samba. Para esta tarefa foi convidada a jornalista, radialista e mestre em Ciência da Religião, Claudia Alexandre, que há 30 anos trabalhado com esse assunto, levando o tema para os meios de comunicação e em suas pesquisas. O primeiro encontro acontece no dia 10 de maio, na sede da instituição que fica à Rua Portugal, 43, Jardim Europa (Informações: (11) 3897-3232). (Confira abaixo a programação completa). Será uma rara oportunidade de dialogar sobre o tema, vasculhando o acervo da cultura afro-brasileira, desde a chegada dos negros escravizados no Brasil até os dias de hoje, quando sobra talento e ainda temos poucos espaços para a mulher no samba. De acordo com Claudia Alexandre, a intenção é comprovar, por exemplo, como o imaginário da sociedade machista, sexista e racista, desde o período colonial, agiu em elaboradas tentativas para o apagamento do protagonismo e da herança “destas que foram determinantes para a construção de poderosas redes de sociabilidade e elos de afetividade. Evidências que permanecem até hoje nos terreiros, nas escolas de samba e como elo ancestral de diversas manifestações populares no Brasil”, disse a jornalista.. Para Claudia Alexandre é também a chance de rever a história e até os esteriótipos criados entorno do feminino negro, que contribuiu fundamentalmente para a formação sócio-política, cultural e econômica do nosso país. "Mesmo assim, nos dias de hoje, vivendo realidades ainda desiguais, enfrentam narrativas que não consideram o seu protagonismo na vida social, na arte, na religião e na própria cultura", disse. Até hoje, entorno dessas mulheres se mantém tradições, aliadas a práticas religiosas, como no Samba de Roda (Recôncavo da Bahia); Samba de Pareia ( Sergipe); Samba de Crioula (Maranhão) e Samba de caxambu (sul do Espírito Santo). “São líderes de comunidades e territórios negros, que garantem identidade, pertencimento e ainda resistem enfrentando o desprezo social”, conclui. Alguns encontros vão contar com participações especiais: Na abertura, a dançarina e professora de Danças Afro-Brasileiras, Mika Rodrigues, que fará performances sobre danças ancestrais afro-brasileiras e no encerramento o grupo Som Mulheres fará um tributo às grandes cantoras exaltando nomes como Clara Nunes, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara e Jovelina Pérola Negra, entre outras. Claudia Alexandre – é mulher negra paulista, mãe, jornalista e radialista. Graduada em Comunicação Social (FIAM-SP) possui Pós-Graduação e Mestrado em Ciência da Religião (PUC-SP). É sócia-diretora da Central de Comunicação e Eventos; e apresentadora do Programa Papo de Bamba (TV Regional – Sorocaba e internet). Atualmente tem pesquisado a relação das religiões afro-brasileiras com o samba, tema de sua especialização e do mestrado em Ciência da Religião pela PUC (SP), quando abordou a religiosidade e a presença do Candomblé na Escola de Samba Vai-Vai. Foi Assessora Especial da Fundação Cultural Palmares (Ministério da Cultura); Assessora de Imprensa da UESP (União das Escolas de Samba Paulistanas); Assessora de Comunicação do Museu Afro-Brasil (Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo) e Diretora de Comunicação da Prefeitura de Guarulhos (SP). Gestora em Administração de Eventos (SENAC-SP) foi docente da Faculdade HOTEC-SP (Produção de Eventos Culturais e Esportivos; e Cultura e Entretenimento). Atuou como repórter de rádio e apresentadora de TV, com atuação especial em programas voltados à cultura do samba e do carnaval, em São Paulo. Em 2014 foi comentarista dos Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo, pelo CANAL VIVA (Rede Globo). Na década de 90, alcançou reconhecido sucesso como locutora da Radio Transcontinental FM (Mogi das Cruzes – SP), a primeira emissora da cidade com programação 24 horas de samba. É autora dos livros: “Vai-Vai, Orgulho da Saracura” (Editora Bellini, 2002) e “Vivaldo de Logunedé – Um pouco do Candomblé na Baixada Santista” (SeCult Santos, 2006). Realiza pesquisas com interesse na permanência de elementos da religiosidade de matriz africana em manifestações da cultura popular, como por exemplo, nas escolas de samba Programação 10 de maio de 2018 - A mulher negra como agente de construção e permanência de redes de solidariedade e sociabilidades do povo negro desde o século XVI no Brasil. Intervenção: performance percussiva e de dança. 24 de maio de 2018 - Dos terreiros sagrados ao samba de roda: O protagonismo feminino de mulheres negras na manutenção das tradições da religiosidade africana em diálogo com as manifestações festivas. Intervenção: Discussão sobre o DOC Mulheres do Samba de Roda (Rosildo do Rosário e Luciana Barreto) 07 de junho de 2018 - A Pequena África, como a capital feminina do samba, no Rio de Janeiro do Século XIX. Intervenção: DOC Tias Baianas Paulistas Batuque Memorável (Pesquisador: Carlos Antônio Moreira Gomes - 11’) 21 de junho de 2018 - Do primeiro samba gravado à marginalização da mulher negra: transformações e negociações no mercado da música nacional. Intervenção: Grupo Som Mulheres (SP).

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